quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Fotógrafo cego tem exposição em São Paulo

Evgen Bavcar é considerado um dos mais importantes artistas contemporâneos vivosp 

Por Luiz Felipe Orlando

  Divulgação

O fotógrafo esloveno Evgen Bavcar exibe 15 fotos em cores e preto e branco
Filósofo, cineasta e fotógrafo, Evgen Bavcar é considerado um dos mais importantes artistas contemporâneos. Cego desde os 12 anos, ele foi um dos protagonistas do documentário Janela da Alma, de João Jardim e Walter Carvalho, em 2002, e tem agora uma exposição com 15 de suas fotos em São Paulo.

Estética do (in)visível

De 26/8 a 17/9. De segunda a sexta, das 9h às 21 h; sábados, das 9h às 16 h. 
 SENAC  -  R. Scipião, 67, Lapa, tel.: 3475-2200. 
Grátis.



A mostra Estética do (in)visível tem 10 imagens em preto e branco e cinco coloridas do esloveno, além de trabalhos dos alunos do curso de fotografia para deficientes visuais oferecido pelo Senac. A exposição tem miniaturas das imagens feitas em relevo, o que permite ao público deficiente visual “enxergar” as obras. “A luz do espírito nos permite fotografar o invisível”, diz Bavcar, que também é doutor em estética pela Universidade de Sorbonne, em Paris.

Bavcar nasceu em 1948 e perdeu a visão em dois acidentes diferentes: o primeiro em uma queda e o segundo envolvendo uma mina terrestre. Naturalizado francês, está sempre com um chapéu preto de abas largas e um pequeno espelho na lapela – “para matar a curiosidade das mulheres que perguntam se estão bonitas”. A técnica utilizada depende da foto. Ele faz os retratos sozinho, medindo com o braço a distância até o fotografado e posicionando a máquina na altura dos olhos. Para fotos mais complexas, precisa de um ajudante, que lhe descreve e monta o que será fotografado. “Descrição é algo vital, tem toda uma metodologia”, conta. Não se trata, no entanto, de uma descrição convencional. “A arte de exprimir com palavras uma realidade visual é como um caminho pelo invisível”, discorre. Sobre o resultado final, Bavcar diz que a descrição do objeto fotografado é diferente do que aparece na foto, “não coincide nunca, é como o amor”. Perguntas especificas, o fotógrafo não responde, “tecnicamente não digo tudo, é um segredo”.

Quer saber + ACESSE :
http://revistaepocasp.globo.com/Revista/Epoca/SP/1,,EMI166084-16296,00.html

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